Milton Martins Kuelle ou simplesmente Milton Kuelle (Porto Alegre, 22 de dezembro de 1933) é um ex-futebolista brasileiro, atuava como meio-campo. Milton jogou toda sua carreira profissional em apenas um clube, o Grêmio. Era considerado um jogador moderno para a época, pois tinha um preparo-fisico acima da média, o que possibilitava armar jogadas em todas as partes do campo e ajudar muito na marcação, dai seu apelido formiguinha. Abandonou o futebol para seguir a carreira de dentista. Milton sempre foi tão identificado com o Grêmio que virou conselheiro do clube e também dirigente do departamento de futebol.
Era chamado de "formiguinha" pelo fôlego que tinha. Formou uma meia-cancha famosa com o Élton, que mais tarde se declarou colorado. O MIlton é um grande gremista.
Falar de Milton é maravilhoso pra mim, é uma das pessoas que eu conheço maravilhoso, nunca peguei este homem com um defeito. Amo ele hoje & sempre, o dia que ele faltar morre um pedaço de mim... Obrigada Deus por eu ter conhecido uma pessoa especial como Milton Kuelle que Deus abençõe !
O homem que vai jogar nas três casas do Grêmio 14 de setembro de 2012
O diálogo a seguir explica com clareza translúcida porque ele entrará para a história do Grêmio como um homem a vestir calção e chuteira na Baixada, no Olímpico e na Arena.
Estavam o presidente Paulo Odone e o Formiguinha. O apelido é obra de Jorge Alberto Mendes Ribeiro, ao perceber que repetia o nome daquele camisa 10 durante as transmissões de rádio a todo instante, tal a sua capacidade de estar em todos os lugares do campo sempre perdendo um nada de tempo daqui para lá.
– E aí Milton, como vai ser?
– O senhor é quem manda, presidente.
– Como tu achares melhor. Pode ser o pontapé inicial, quem sabe uns cinco minutinhos...
– Cinco minutinhos? Presidente, eu quero meia hora. No mínimo.
Milton Martins Kuelle está com 79 anos e ainda joga com os amigos (mas joga mesmo, de uniforme e tudo) todas às quartas-feiras. Está inteiro e sólido feito a cobertura da Arena. Ganhou uns míseros quilinhos a mais desde os tempos em que pegava o bonde do Centro até a Independência e depois descia a pé a lomba de areião da Mostardeiro para treinar na Baixada, com direito a churrascos de confraternização na Santo Antônio.
Sua primeira vez no Fortim foi em 1951. Três anos depois, estava na inauguração do Olímpico. Agora pesa 60 quilos em vez dos 57 que, distribuídos pelo corpo magrelo, fizeram dele um modelo da revolução implementada por Oswaldo Rolla no Grêmio.
Foguinho, como se sabe, transformou o Grêmio, o futebol gaúcho e, veremos agora, transformou Milton.
Milton havia sido campeão gaúcho juvenil como meia-atacante. Se achava, portanto. Começou a cair de rendimento na traiçoeira passagem para o profissional. Chegou a ver o nome numa lista de dispensas publicada no jornal Última Hora. Até que Foguinho o chamou para uma conversa decisiva, aquele erre arrastado inconfundível:
– Seu Milton, o senhorrrrr está jogando no lugarrrr errado.
– Como errado, seu Oswaldo? Fazia um monte de gols no juvenil.
– O senhorrrrr não é meia-direita. Vai jogarrrr aqui. E saiba que, comigo, tem que marcarrrr. Só serrrr bom não serve.
Assim Milton transformou-se no que hoje seria um terceiro homem de meio-campo com habilidade e força de marcação. Um Elano, em resumo. A partir daí criou-se uma simbiose com o Grêmio, seu único clube.
Recebeu propostas do Panatinaikos, durante a excursão de dois meses pela Europa feita por aquele timaço dos anos 60, que tinha Juarez, Ortunho, Pavilhão, Gessy, Marino, Vieira. Bellini tentou convencê-lo, no Posto 2 de Copacabana, a ir para o Vasco. O Atlético-MG sonhou com ele formigando em Belo Horizonte.
Milton viveu o futebol em nome do Grêmio e movido pelo Grêmio.
Foi jogador, de 54 a 65, ano em que se aposentou para ser dentista, já formado na PUCRS. Foi técnico, do final de 72 até meados de 73, quando perdeu o Gauchão e, claro, o emprego. Foi três vezes diretor de futebol, nas décadas de 80, 90 e 2000. É conselheiro, atleta laureado e seus pés estão eternizados na Calçada da Fama.
Nunca se preocupou com dinheiro, desde que pudesse pagar a faculdade e honrar as contas. Naquela época não era como hoje, quando qualquer pereba levanta grama com meia dúzia de carrinhos, vira guerreiro e embolsa
R$ 100 mil. Se acertar um punhado de passes, R$ 200 mil. Em 1964, quando renovou com o Grêmio pela última vez, Milton ganhou um Fusca 62. Vibrou com o seu fusqueta usado na maior felicidade pelas ruas de Porto Alegre.
Assim como vibrará quando perceber 60 mil gremistas, entre avôs da Baixada, pais do Olímpico e filhos da Arena, gritando alto e forte o seu nome na inauguração.
Ao fim e ao cabo, é tudo Grêmio, e o Grêmio é a toda a vida de Milton Kuelle.
13 comentários:
Tropeço da familia adams?
Gente boa, contador de ótimas histórias.
Foi durante muito tempo médico no INSS e dirigente do Grêmio.
Milton Martins Kuelle
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Milton Martins Kuelle ou simplesmente Milton Kuelle (Porto Alegre, 22 de dezembro de 1933) é um ex-futebolista brasileiro, atuava como meio-campo. Milton jogou toda sua carreira profissional em apenas um clube, o Grêmio. Era considerado um jogador moderno para a época, pois tinha um preparo-fisico acima da média, o que possibilitava armar jogadas em todas as partes do campo e ajudar muito na marcação, dai seu apelido formiguinha. Abandonou o futebol para seguir a carreira de dentista. Milton sempre foi tão identificado com o Grêmio que virou conselheiro do clube e também dirigente do departamento de futebol.
Títulos
Campeonato Gaúcho:1956 a 1960, 1962 a 1965.
consultorio dele é ali na andradas 1535, seu milton grande figura e jogador. abs.
Era chamado de "formiguinha" pelo fôlego que tinha. Formou uma meia-cancha famosa com o Élton, que mais tarde se declarou colorado. O MIlton é um grande gremista.
Falar de Milton é maravilhoso pra mim, é uma das pessoas que eu conheço maravilhoso, nunca peguei este homem com um defeito. Amo ele hoje & sempre, o dia que ele faltar morre um pedaço de mim... Obrigada Deus por eu ter conhecido uma pessoa especial como Milton Kuelle que Deus abençõe !
Linda essa declaração de amor
Eu não vi jogar, mas, meu pai disse que Elton, Milton e Gessy, foi a melhor meia cancha que ele já viu, nos seus 66 anos de idade.
junto com gessy, destruiram o boca na bombonera!!!! tinha a melhor assistencia do pais naquela epoca!
seu mitlton, craque até hoje....joga muito na SAT, amigo do meu pai e do meu filho
esteve na direção do Duda entre 2009 e 2010
O homem que vai jogar nas três casas do Grêmio
14 de setembro de 2012
O diálogo a seguir explica com clareza translúcida porque ele entrará para a história do Grêmio como um homem a vestir calção e chuteira na Baixada, no Olímpico e na Arena.
Estavam o presidente Paulo Odone e o Formiguinha. O apelido é obra de Jorge Alberto Mendes Ribeiro, ao perceber que repetia o nome daquele camisa 10 durante as transmissões de rádio a todo instante, tal a sua capacidade de estar em todos os lugares do campo sempre perdendo um nada de tempo daqui para lá.
– E aí Milton, como vai ser?
– O senhor é quem manda, presidente.
– Como tu achares melhor. Pode ser o pontapé inicial, quem sabe uns cinco minutinhos...
– Cinco minutinhos? Presidente, eu quero meia hora. No mínimo.
Milton Martins Kuelle está com 79 anos e ainda joga com os amigos (mas joga mesmo, de uniforme e tudo) todas às quartas-feiras. Está inteiro e sólido feito a cobertura da Arena. Ganhou uns míseros quilinhos a mais desde os tempos em que pegava o bonde do Centro até a Independência e depois descia a pé a lomba de areião da Mostardeiro para treinar na Baixada, com direito a churrascos de confraternização na Santo Antônio.
Sua primeira vez no Fortim foi em 1951. Três anos depois, estava na inauguração do Olímpico. Agora pesa 60 quilos em vez dos 57 que, distribuídos pelo corpo magrelo, fizeram dele um modelo da revolução implementada por Oswaldo Rolla no Grêmio.
Foguinho, como se sabe, transformou o Grêmio, o futebol gaúcho e, veremos agora, transformou Milton.
Milton havia sido campeão gaúcho juvenil como meia-atacante. Se achava, portanto. Começou a cair de rendimento na traiçoeira passagem para o profissional. Chegou a ver o nome numa lista de dispensas publicada no jornal Última Hora. Até que Foguinho o chamou para uma conversa decisiva, aquele erre arrastado inconfundível:
– Seu Milton, o senhorrrrr está jogando no lugarrrr errado.
– Como errado, seu Oswaldo? Fazia um monte de gols no juvenil.
– O senhorrrrr não é meia-direita. Vai jogarrrr aqui. E saiba que, comigo, tem que marcarrrr. Só serrrr bom não serve.
Assim Milton transformou-se no que hoje seria um terceiro homem de meio-campo com habilidade e força de marcação. Um Elano, em resumo. A partir daí criou-se uma simbiose com o Grêmio, seu único clube.
Recebeu propostas do Panatinaikos, durante a excursão de dois meses pela Europa feita por aquele timaço dos anos 60, que tinha Juarez, Ortunho, Pavilhão, Gessy, Marino, Vieira. Bellini tentou convencê-lo, no Posto 2 de Copacabana, a ir para o Vasco. O Atlético-MG sonhou com ele formigando em Belo Horizonte.
Milton viveu o futebol em nome do Grêmio e movido pelo Grêmio.
Foi jogador, de 54 a 65, ano em que se aposentou para ser dentista, já formado na PUCRS. Foi técnico, do final de 72 até meados de 73, quando perdeu o Gauchão e, claro, o emprego. Foi três vezes diretor de futebol, nas décadas de 80, 90 e 2000. É conselheiro, atleta laureado e seus pés estão eternizados na Calçada da Fama.
Nunca se preocupou com dinheiro, desde que pudesse pagar a faculdade e honrar as contas. Naquela época não era como hoje, quando qualquer pereba levanta grama com meia dúzia de carrinhos, vira guerreiro e embolsa
R$ 100 mil. Se acertar um punhado de passes, R$ 200 mil. Em 1964, quando renovou com o Grêmio pela última vez, Milton ganhou um Fusca 62. Vibrou com o seu fusqueta usado na maior felicidade pelas ruas de Porto Alegre.
Assim como vibrará quando perceber 60 mil gremistas, entre avôs da Baixada, pais do Olímpico e filhos da Arena, gritando alto e forte o seu nome na inauguração.
Ao fim e ao cabo, é tudo Grêmio, e o Grêmio é a toda a vida de Milton Kuelle.
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/noataque/2012/09/14/o-homem-que-vai-jogar-nas-tres-casas-do-gremio/
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