ACHEI! Fuga de guerra no Kuwait, atração na Eslovênia... Somália dança pelo mundo
Especialista em comemorações inusitadas, atacante se diverte com os Meninos da Vila enquanto aguarda contatos para a disputa do Brasileiro
Aos 32 anos, Somália é um jogador cheio de boas histórias para contar. Também não é para menos. Ao longo da carreira, o atacante defendeu 15 clubes, entre eles oito brasileiros e sete estrangeiros. Recentemente, há cerca de 15 dias, ele estava no Xangai, da China, mas um esquema de compra de resultados e a exótica culinária o trouxeram de volta ao Brasil. Agora, em Belo Horizonte, onde vive sua família, o atleta passa o tempo livre se divertindo com os jogos do Santos enquanto espera uma chance no Campeonato Brasileiro que começa no próximo dia 8.
Pela televisão, Somália assiste aos atacantes santistas ganharem o mundo com algo que também é sua marca registrada: as famosas e polêmicas dancinhas. E ver as comemorações inusitadas dos Meninos da Vila faz o experiente atacante pensar em novas coreografias para quando voltar aos gramados brasileiros.
- Sempre comemorei com dancinhas, e no Fluminense, por ser um clube grande, isso ganhou repercussão. Era um marketing bacana. Traz a alegria para o torcedor. O futebol está muito sério, e agora podemos ver a garotada brincando. Estou me amarrando no Santos. Vejo todos os jogos, dá gosto de ver. Já tenho várias dancinhas novas na cabeça para quando voltar a jogar - revelou o jogador ao GLOBOESPORTE.COM.
Mas antes de voltar ao Brasil, Somália passou por maus bocados na China. Atraído pelo lado financeiro, ele trocou o Brasiliense pelo Xangai, e lá não conseguiu ficar mais de quatro meses. O atacante contou que muitas vezes dirigentes entravam no vestiário no intervalo dos jogos para dizer qual deveria ser o resultado final. A situação não agradou o jogador, que decidiu retornar mesmo sem ter acertado um novo contrato.
- Os resultados eram comprados e ficou difícil. Você entrar no campo e ficar tocando a bola... Era muito estranho fingir que estava jogando. Isso não é comigo - desabafou o atacante, que também sofreu com as diferentes comidas chinesas:
- Foi ruim, porque eles comem escorpião, besouro, cachorro... Mas em alguns restaurantes dava para enganar. Não tive coragem de experimentar nada disso.
E o esquema chinês de compra de resultados, não foi nem de longe a situação mais inusitada vivida por Somália. Em 2003, ele jogou no Kuwait, no time de mesmo nome, e teve de fugir do país por causa da chamada Operação Iraque Livre, que foi comandada pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de setembro (2001) e pode ser considerada uma continuação da Guerra do Golfo de 1991.
Havia muitos militares nos estádios. O clima era muito tenso. Acabavam os jogos e ficávamos dentro de casa. Até que um dia deram uma semana para todos os estrangeiros irem embora, mas o presidente do clube falou que nós não tínhamos com o que nos preocupar. Então, fomos ao supermercado e as ruas estavam vazias. Só se via pessoas comprando armas. Ficamos com medo e fomos embora. Tivemos de comprar a passagem com nosso próprio dinheiro. Por causa da guerra deixamos um dinheirão para trás - relembrou.
Antes disso, porém, no início da carreira, Somália já havia passado por situação curiosa, mas sem riscos. Na Eslovênia, ele virou atração principal do NK Celje e de toda a cidade. O motivo não foi apenas o futebol, e sim o fato de ele ser o único negro das redondezas.
- Foi bem divertido lá. Eu tinha que ir às escolas porque as crianças nunca tinham visto um negro. Era a atração do time. Foi bem legal. Não tinha racismo, era só por curiosidade mesmo - contou Somália, aos risos.
Além da China, do Kuwait e da Eslovênia, o jogador também passou pela Arábia Saudita, Coréia do Sul e Holanda:
- Na Coréia fui vice-artilheiro. Lá foi tranquilo. Havia muitos brasileiros e tinha uma integração muita grande entre as famílias. Também tinham vários restaurantes com culinárias diferentes. Na Holanda foi maravilhoso. Joguei no Feyenoord e fiz o gol que classificou o time para a Copa da Uefa.
Mas foram os clubes brasileiros que deixaram saudade no atacante. Somália fala com carinho especial do São Caetano, que foi onde ele se tornou conhecido, do Grêmio, e do Fluminense, onde ele diz ter vivido o melhor ambiente de sua carreira.
- Há três clubes que sinto saudade. Gosto muito do São Caetano. Foi onde começou minha história. No Grêmio fui vice-artilheiro do Campeonato Gaúcho (com oito gols). O Fluminense foi especial pela amizade que o grupo tinha e tem até hoje. Falo direto pelo rádio com Thiago Neves, Thiago Silva, Washington, Arouca... Foi uma fase muito divertida. Devo tudo a esses três clubes - afirmou o atacante, que foi o maior goleador do Campeonato Paulista de 2007, pelo São Caetano, com 13 gols.
Apesar do carinho pelo Tricolor carioca, foi no Rio de Janeiro que ele viveu um dos momentos mais complicados da carreira. Em 2008, sofreu uma lesão grave no joelho direito e teve de ficar oito meses sem jogar.
- Se não fosse a lesão, não tinha nem saído do Fluminense. Foi grave, foi tudo: ligamento cruzado, lateral, menisco... - contou o jogador, garantindo nunca mais ter sentido dores no local.
Fora das quatro linhas, Somália, como todo brasileiro, já teve um time do coração. Apesar de ter nascido no Espírito Santo e ter sido criado em Minas Gerais, ele torcia pelo Corinthians. Mas hoje, garante ele, o profissionalismo levou embora a paixão, que ele, no entanto, vive tentando implantar no coração do filho. Isso porque o menino de cinco anos não gosta de futebol.
- Meu filho gosta mesmo de judô e natação. Já tentei levá-lo para a escolinha, mas ele não leva jeito - disse Somália, que também é pai de uma menina de sete meses.
E os filhos de Somália e a esposa Ana Paula, com quem ele é casado há 11 anos, são os que mais sofrem com a peregrinação do jogador pelo mundo. Por isso, o que a família mais quer é continuar no Brasil. Em qual clube, só o tempo vai dizer, mas, no que depender de Ana Paula, Porto Alegre, onde eles viveram em 2005, seria o destino ideal.
13 comentários:
Cachaçaaaaaaaa
Esse é da turma do "Eu como qualquer coisa, até o Bilica"
kkkkkkkkkkkkkkkk
Amoroso 2.
lembro que quando o somália jogou no grêmio, não encontrava mais cerveja no super...
tava sempre em falta.
Ué a Vera Verão não tinha morrido?
tosco
27/04/10 - 08h15 - Atualizado em 27/04/10 - 09h52
ACHEI! Fuga de guerra no Kuwait, atração na Eslovênia... Somália dança pelo mundo
Especialista em comemorações inusitadas, atacante se diverte com os Meninos da Vila enquanto aguarda contatos para a disputa do Brasileiro
Aos 32 anos, Somália é um jogador cheio de boas histórias para contar. Também não é para menos. Ao longo da carreira, o atacante defendeu 15 clubes, entre eles oito brasileiros e sete estrangeiros. Recentemente, há cerca de 15 dias, ele estava no Xangai, da China, mas um esquema de compra de resultados e a exótica culinária o trouxeram de volta ao Brasil. Agora, em Belo Horizonte, onde vive sua família, o atleta passa o tempo livre se divertindo com os jogos do Santos enquanto espera uma chance no Campeonato Brasileiro que começa no próximo dia 8.
Pela televisão, Somália assiste aos atacantes santistas ganharem o mundo com algo que também é sua marca registrada: as famosas e polêmicas dancinhas. E ver as comemorações inusitadas dos Meninos da Vila faz o experiente atacante pensar em novas coreografias para quando voltar aos gramados brasileiros.
- Sempre comemorei com dancinhas, e no Fluminense, por ser um clube grande, isso ganhou repercussão. Era um marketing bacana. Traz a alegria para o torcedor. O futebol está muito sério, e agora podemos ver a garotada brincando. Estou me amarrando no Santos. Vejo todos os jogos, dá gosto de ver. Já tenho várias dancinhas novas na cabeça para quando voltar a jogar - revelou o jogador ao GLOBOESPORTE.COM.
Mas antes de voltar ao Brasil, Somália passou por maus bocados na China. Atraído pelo lado financeiro, ele trocou o Brasiliense pelo Xangai, e lá não conseguiu ficar mais de quatro meses. O atacante contou que muitas vezes dirigentes entravam no vestiário no intervalo dos jogos para dizer qual deveria ser o resultado final. A situação não agradou o jogador, que decidiu retornar mesmo sem ter acertado um novo contrato.
- Os resultados eram comprados e ficou difícil. Você entrar no campo e ficar tocando a bola... Era muito estranho fingir que estava jogando. Isso não é comigo - desabafou o atacante, que também sofreu com as diferentes comidas chinesas:
- Foi ruim, porque eles comem escorpião, besouro, cachorro... Mas em alguns restaurantes dava para enganar. Não tive coragem de experimentar nada disso.
E o esquema chinês de compra de resultados, não foi nem de longe a situação mais inusitada vivida por Somália. Em 2003, ele jogou no Kuwait, no time de mesmo nome, e teve de fugir do país por causa da chamada Operação Iraque Livre, que foi comandada pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de setembro (2001) e pode ser considerada uma continuação da Guerra do Golfo de 1991.
Havia muitos militares nos estádios. O clima era muito tenso. Acabavam os jogos e ficávamos dentro de casa. Até que um dia deram uma semana para todos os estrangeiros irem embora, mas o presidente do clube falou que nós não tínhamos com o que nos preocupar. Então, fomos ao supermercado e as ruas estavam vazias. Só se via pessoas comprando armas. Ficamos com medo e fomos embora. Tivemos de comprar a passagem com nosso próprio dinheiro. Por causa da guerra deixamos um dinheirão para trás - relembrou.
Antes disso, porém, no início da carreira, Somália já havia passado por situação curiosa, mas sem riscos. Na Eslovênia, ele virou atração principal do NK Celje e de toda a cidade. O motivo não foi apenas o futebol, e sim o fato de ele ser o único negro das redondezas.
- Foi bem divertido lá. Eu tinha que ir às escolas porque as crianças nunca tinham visto um negro. Era a atração do time. Foi bem legal. Não tinha racismo, era só por curiosidade mesmo - contou Somália, aos risos.
Além da China, do Kuwait e da Eslovênia, o jogador também passou pela Arábia Saudita, Coréia do Sul e Holanda:
- Na Coréia fui vice-artilheiro. Lá foi tranquilo. Havia muitos brasileiros e tinha uma integração muita grande entre as famílias. Também tinham vários restaurantes com culinárias diferentes. Na Holanda foi maravilhoso. Joguei no Feyenoord e fiz o gol que classificou o time para a Copa da Uefa.
Mas foram os clubes brasileiros que deixaram saudade no atacante. Somália fala com carinho especial do São Caetano, que foi onde ele se tornou conhecido, do Grêmio, e do Fluminense, onde ele diz ter vivido o melhor ambiente de sua carreira.
- Há três clubes que sinto saudade. Gosto muito do São Caetano. Foi onde começou minha história. No Grêmio fui vice-artilheiro do Campeonato Gaúcho (com oito gols). O Fluminense foi especial pela amizade que o grupo tinha e tem até hoje. Falo direto pelo rádio com Thiago Neves, Thiago Silva, Washington, Arouca... Foi uma fase muito divertida. Devo tudo a esses três clubes - afirmou o atacante, que foi o maior goleador do Campeonato Paulista de 2007, pelo São Caetano, com 13 gols.
Apesar do carinho pelo Tricolor carioca, foi no Rio de Janeiro que ele viveu um dos momentos mais complicados da carreira. Em 2008, sofreu uma lesão grave no joelho direito e teve de ficar oito meses sem jogar.
- Se não fosse a lesão, não tinha nem saído do Fluminense. Foi grave, foi tudo: ligamento cruzado, lateral, menisco... - contou o jogador, garantindo nunca mais ter sentido dores no local.
Fora das quatro linhas, Somália, como todo brasileiro, já teve um time do coração. Apesar de ter nascido no Espírito Santo e ter sido criado em Minas Gerais, ele torcia pelo Corinthians. Mas hoje, garante ele, o profissionalismo levou embora a paixão, que ele, no entanto, vive tentando implantar no coração do filho. Isso porque o menino de cinco anos não gosta de futebol.
- Meu filho gosta mesmo de judô e natação. Já tentei levá-lo para a escolinha, mas ele não leva jeito - disse Somália, que também é pai de uma menina de sete meses.
E os filhos de Somália e a esposa Ana Paula, com quem ele é casado há 11 anos, são os que mais sofrem com a peregrinação do jogador pelo mundo. Por isso, o que a família mais quer é continuar no Brasil. Em qual clube, só o tempo vai dizer, mas, no que depender de Ana Paula, Porto Alegre, onde eles viveram em 2005, seria o destino ideal.
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Gremio/0,,MUL1579074-9868,00-ACHEI+FUGA+DE+GUERRA+NO+KUWAIT+ATRACAO+NA+ESLOVENIA+SOMALIA+DANCA+PELO+MUND.html
cachaça
parece o mister catra kkkkk
Era bom centroavante, mas muito pudim de cana. Veio em 2005 e nem terminou a série B, já tinha sido dispensado.
AKON É VC ?
"Manda chamar o viado do Somália" dizia Joel Santana
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